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O Azeite, dádiva dos deuses…08 - O AZEITE, DÁDIVA DOS DEUSES… O azeite é, em toda a bacia mediterrânica, um dos principais ingredientes, não só pelo seu uso na culinária, mas também em tratamentos medicinais, de saúde e estética. A paisagem, de Portugal até à Grécia, é marcada por oliveiras milenares, cuja história se entrelaça com a cultura dos povos e a relação que mantêm com este precioso líquido. A cultura da oliveira é documentada há milhares de anos, sem que seja possível determinar exatamente sua origem. Os registros mais antigos remontam ao Paleolítico, cerca de 35.000 anos a.C., quando foram encontrados vestígios da existência desta árvore. Uma lenda originária da Toscana, na Itália, conta a história de um encontro de árvores para coroar a rainha entre elas. Entre as mais belas—acácias, ciprestes e a elegância do pinheiro—a disputa final ficou entre o carvalho e a oliveira, sendo esta última escolhida. Como consequência, o carvalho recebeu a tarefa de gerar frutos que não serviriam aos humanos, apenas aos porcos. Na Bíblia, encontramos uma referência de grande significado à oliveira: quando o pombo regressa à arca de Noé com um ramo de oliveira no bico, simbolizando o fim das chuvas diluvianas e trazendo um sinal de paz. Este significado persiste até os dias de hoje. No Antigo e Novo Testamento, a oliveira é mencionada cerca de 200 vezes, sendo a árvore mais citada na tradição cristã. Além de sua relevância histórica, a oliveira é uma das árvores mais longevas, podendo viver entre 1.500 e 2.000 anos. Na Antiga Grécia, o azeite era utilizado para untar o corpo e também como um produto de beleza altamente valorizado. Servia como tônico corporal e como creme cicatrizante misturado com canela e cravinho. Além disso, era empregado como combustível para candeeiros, iluminando lares e templos. Na Roma Antiga, eram famosas as lâmpadas de Lucerna, usadas nos santuários como oferendas. O processo de recolha da azeitona—por meio de sacudidura e varejamento dos ramos—assim como a extração do azeite através da prensagem, manteve-se inalterado ao longo dos séculos. Já na Antiga Grécia, o óleo era misturado com água em uma segunda prensagem, para uma extração mais eficiente.
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