Agrotóxicos e Saúde Pública: A Fatura Invisível no Prato

O que não vês no teu prato pode estar a envenenar-te

Comemos com os olhos, com o olfacto, com a memória. Mas, cada vez mais, comemos também com um risco invisível: o de substâncias químicas que foram aplicadas no solo, pulverizadas sobre os frutos, ou inseridas geneticamente nas plantas antes mesmo de nascerem.

Quando falamos da guerra pela dominação do sistema alimentar, não podemos ignorar a arma mais lucrativa e silenciosa deste conflito: os agrotóxicos.

No centro da questão estão, mais uma vez, Syngenta e Monsanto (agora Bayer Crop Science)duas das maiores produtoras mundiais de pesticidas e herbicidas, que fazem da promessa de alimentos “protegidos” uma realidade… cheia de consequências ocultas.

Roundup, Paraquat e outros venenos com nome técnico

O Roundup, à base de glifosato, foi durante décadas o produto estrela da Monsanto — um herbicida que elimina tudo menos as plantas transgénicas concebidas para resistir-lhe.

Já a Syngenta tem no seu portefólio um dos produtos mais tóxicos do mercado: o Paraquat, proibido na União Europeia desde 2007 devido à sua extrema toxicidade e associação com doenças neurodegenerativas, mas ainda amplamente vendido em países do Sul Global.

O negócio é simples:
Cria-se uma semente resistente a um produto químico, vende-se ambos como um pacote.
E com isso, cria-se dependência — química e económica.

O veneno que entra no corpo pelas margens

Estes agrotóxicos não desaparecem com a chuva, nem com o tempo.
Muitos acumulam-se nas plantas, nos solos, nas águas subterrâneas… e eventualmente, nos nossos corpos.

Diversos estudos científicos têm vindo a associar a exposição prolongada a pesticidas e herbicidas a:
  • Cancros (especialmente linfomas não-Hodgkin);
  • Distúrbios hormonais e reprodutivos;
  • Doenças neurodegenerativas (como Parkinson e Alzheimer);
  • Problemas de desenvolvimento infantil e défices cognitivos.
E embora as empresas insistam que as doses utilizadas são "seguras", a ciência continua a descobrir ligações preocupantes entre exposição crónica a baixas doses e problemas de saúde a longo prazo.

A factura paga pelos mais vulneráveis

Os que mais sofrem com os impactos dos agrotóxicos raramente têm voz:
Agricultores de pequena escala, sem equipamento de proteção;
Crianças que vivem perto de campos pulverizados;
Comunidades indígenas, rurais e periféricas, expostas sem saber;
Polinizadores como as abelhas, fundamentais para a agricultura, em declínio alarmante.

É uma factura que não aparece no rótulo dos alimentos, mas que se acumula no sistema de saúde pública, no ambiente e na qualidade de vida das próximas gerações.

O lucro é concentrado.
O prejuízo é distribuído.

"Alimentos seguros": uma ilusão bem embalada

Vivemos numa era onde os alimentos são lavados, embalados, rotulados e certificados. Mas nenhuma dessas camadas mostra o que realmente importa:
Quantas pulverizações foram feitas?
Que químicos foram usados?
Com que efeitos colaterais?

A verdade é que os resíduos de pesticidas estão presentes numa parte significativa dos alimentos vendidos nos supermercados.
E ainda que existam limites legais, não existe um “limite seguro” universal — especialmente quando o efeito é cumulativo.

Comemos pequenos venenos todos os dias.
Pouco a pouco. Silenciosamente.

O peso da indústria nos bastidores da regulação

A Monsanto e a Syngenta não operam apenas no campo — influenciam também os corredores do poder.
Ambas gastam milhões de euros todos os anos em lobby junto de governos e instituições reguladoras, pressionando para manter os seus produtos no mercado, mesmo diante de evidências científicas preocupantes.

Foi o que aconteceu com o glifosato, cuja proibição foi adiada repetidamente na União Europeia, apesar das recomendações de entidades de saúde pública.

E enquanto as empresas encomendam os seus próprios estudos (muitas vezes sem revisão independente), os cientistas críticos são silenciados, desacreditados ou afastados.

Alternativas existem — mas não interessam aos gigantes

Agroecologia, permacultura, agricultura regenerativa.
Modelos que valorizam a vida do solo, a diversidade biológica, o equilíbrio natural com os insetos, e que reduzem drasticamente o uso de químicos.

Mas essas práticas não geram o mesmo tipo de lucro.
Não há patentes. Não há dependência.
Há liberdade. E é isso que assusta.

O direito a uma alimentação livre de venenos

Defender uma alimentação justa e saudável não é um luxo de quem tem acesso ao biológico.
É uma luta pela justiça social, pela equidade alimentar, pela saúde colectiva.

A pergunta não é se podemos alimentar o mundo sem pesticidas.
A pergunta é: por que razão continuamos a alimentar o mundo com veneno, quando já sabemos os custos?

O prato é teu. A escolha também.

O que fazemos agora — como consumidores, agricultores, cidadãos — determina se continuamos a financiar um modelo alimentar baseado na doença, ou se viramos o jogo, investindo em soluções sustentáveis, regenerativas e humanas.

Não há neutralidade no que comemos.
Cada refeição é, também, uma decisão política.

Grito de Raiva

PROCURA NO PORTAL DAS COMUNIDADES

 
ROTEIRO DO REGRESSO A PORTUGAL
PORTUGAL ESSENTIALS
BLOCO DE NOTAS, CRONICAS E CONTEÚDOS, PARTICIPA!
ESCRITOR ADEMIR RIBEIRO SILVA

CONTEÚDOS
Crónicas do jornalista Daniel Bastos
Fundação NOVA ERA JEAN PINA espalha solidariedade em Portugal
Avintes evocou legado dos emigrantes
Relembrar Ausschwitz
O altruísmo dos emigrantes em prol dos bombeiros
Duarte Fernandes: empreendedor e benemérito da comunidade portuguesa na ilha de Jersey
José Luis Vale: um exemplo do potencial dos empreendedores da diáspora
A generosidade dos emigrantes em prol dos Bombeiros
José Costa: um emigrante empreendedor de referência na comunidade portuguesa na Andorra
Em torno da mobilidade
POSSO: uma associação de referência ao serviço da comunidade luso-americana em S. José
Memórias de um Futuro Radioso
A benemerência dos emigrantes em prol dos Bombeiros
A oposição à ditadura nas comunidades portuguesas da América do Norte
Porto José Batista apresentou “O Homem de Duas Sombras”
Porto foi palco de apresentação do livro “Memórias da Ditadura”
Daniel Bastos apresenta livro sobre as comunidades portuguesas
A paixão pelo vinho português na Diáspora
Nathalie Afonso: uma artista plástica lusodescendente inspirada na cultura portuguesa
Ano Novo: tempo de novas dinâmicas nas Comunidades Portuguesas
Paul Pereira: um dedicado “mayor” luso-americano em Nova Iorque
A solidariedade das comunidades portuguesas em prol dos Bombeiros
Práticas e Políticas-Inspiradoras e Inovadoras com Imigrantes
O fenómeno da emigração na música portuguesa
A (re)valorização da música portuguesa no seio da lusodescendência
Transatlântico-As migrações nos Açores
In memoriam Felicia de Assunção Pailleux
Comendador José Morais: um self-made man luso-americano
O Museu Etnográfico Português na Australia
Pobreza, pandemia e solidadriedade na comunidade portuguesa na França
Museu da Família Teixeira: um tributo ao legado migratório luso-venezuelano
Envelhecer nas Comunidades Portuguesas
A rede museológica dedicada à emigração portuguesa
Patoá, um idioma de origem portuguesa em vias de extinção
A presença portuguesa no Museu da Imigração do Canadá
O Festival das Migrações, Culturas e Cidadania em tempos de pandemia
A oposição ao Estado Novo nas comunidades portuguesas da América do Norte
Os apoios constantes de emigrantes portugueses às corporações de bombeiros
 

Gostas de Escrever

OFioDaNavalha, crónicas para usares e abusares... copia, altera, faz tuas as palavras...
A arte de ser feliz!
A capacidade de aprender
A casa às costas
A culpa...
A força das palavras
A força de acreditar...
A ilha deserta...
A pele... que se veste
A sociedade perdeu o pio
A teia...
A vida acontece todos os dias
Ajuste de contas
As palavras ditas
Banal realidade
Cada qual com a sua realidade
Caminhos da felicidade
Coisas que não digo
Cuida dos teus talentos
Decide-te... agarra a tua vida...
Derrotas
Dias vazios
Entre nascer e morrer
Esperas e outras horas vazias...
Quando tudo é pouco...
Hoje é o melhor dia de sempre...
Impossivel fazer alguém fel
Manual de instruções...
Não me roubem o mar...
Outro dia... Outro lugar
O circo de feras
O fio da navalha
O fogo que arde em ti... convicção!
O homem livre
O jogo da vida
O mar sem sal
O princípio é o fim!
O Senhor Contente
O significado da felicidade...
O soldadinho de chumbo
Onde fui... quando desapareci
Os dias diferentes...
Os intocáveis...
Outubro e os sonhos
Outro dia … outro lugar...
Pessoas felizes, vivem mais tempo!
Quem és tu?
Se... houver justificações
Ser ou não ser...
Sobre a vaidade
Sobre marcas nas paredes
Sobre medos no caminho...
Sobre perguntas e respostas
Sobre as perdas de tempo
Super Homem versão 2020
Tempos passados...
“A Água É Mole A Pedra É Dura” crónicas de opinião, participa...
ÁguaMoleEmPedraDura... Opinião!
A China dos anos 00 do século XXI
A China dos anos 20 do século XXI
A China dos anos 80 do século XX
A guerra da água...
As Rotas da Seda!
Dinheiro contra o bom comportamento
Imparáveis e Implacáveis... o barato às vezes sai caro
Os campeões das vacinas!
Uns agonizam... outros fazem a festa...
União Europeia... tão amigos que éramos...
DEIXA-ME RIR, crónicas de gozo com os cenários à nossa volta...
Deixa-me rir... o dia-a-dia com graça
A cabeça na mochila
Aventura UBER em Portugal
Americanos... só com Ketchup
A galinha existencialista
Benfica e o VAR
Corrupção... o desporto nacional
Espanhóis, tão perto e tão longe
Portugal real ou surreal
Suíça terra de sonho

 

CULINARIUM XXI

MyFoodStreet, sobre Saberes dos Sabores e mais...
Adão, Eva e a maçã
Arca de Noé, uma tábua de salvação
Arte de Cozinha, Primeiro tratado gastronómico português
Arte de Cozinha, Contexto histórico da edição
Arte de Cozinha, Vocabulário usado
Arte de Cozinha, Receitas da Corte
Arte de Cozinha, Impacto na Gastronomia de hoje
Arte de Cozinha, e a doçaria conventual
Arte de Cozinha, das origens até aos nossos dias
Azeite uma dádiva dos deuses
Bebidas e alimentos, os inseparáveis
Bebidas refrigerantes
Café, uma viagem longínqua
Cerveja... uma história de papas
Código “E”, o pão nosso de cada dia
CULINÁRIA no Antigo Testamento, celebrações biblícas
Descobertas maritímas e a sua importância na nossa gastronomia
Descobertas maritímas intercâmbio de culinária
Doce negócio do vício
Domínio da água
Eça de Queirós e os banquetes
Os Maias, a mesa de Eça
Escoffier, o arquitecto da cozinha moderna
Espargos... uma história secular
Falsificadores e intrujões
Fast Food... e Ketchup
Fernando Pessoa, à mesa com o poeta
Ferran Adrià, o alquimista da cozinha moderna
Gastronomia, séculos de descoberta
Grande ilusão do jardim natureza
Ler com Sabor
Literatura vs. Gastronomia
Livros de cozinha na história
Margarina... Manteiga dos pobres
Mesa Romana... entre manjares e o vomitorium
Molho Inglês, no segredo dos deuses
Nutrição, Género e Cultura
Pão, o Azeite e o Vinho
Paul Bocuse, a cozinha de mercado
Paul Bocuse, o legado
Pepsi, diretamente da farmácia
Revolução à mesa
Verdade dos livros
Silêncio á mesa
Slow Food, o retorno à cozinha lenta
Slow Food Portugal,  a genuinidade nas marcas
Sumol, a bebida que também é saudade
Vinho... uma parte da história
Vinho do Porto, marca nacional
Vinho Verde, regional
CULINARIUM XXI
INDEX CULINARIUM XXI, Divulgação Global
3. O APARELHO DIGESTIVO        
4. A TEORIA DOS PRODUTOS        
13. AS ENTRADAS, ACEPIPES         
24. A COZINHA FRIA         
25. SOBRE SOBREMESAS          

CULINARIUM XXI

CULINARIUM XXI

APOIA

CULINARIUM XXI

 

Pub

 

Pub

Pub

Pub

Pub

saberes&sabores