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A Teia: Entre Prisão e Renascimento Entrelaçados na Vida Em teias e outros enredos, embrulhamos, tantas vezes, a nossa vida. Não damos conta de como os dias se entrelaçam, como os pensamentos se repetem, como os ciclos se fecham sobre nós. A teia de aranha, símbolo de perfeição natural, é uma das mais antigas e eficazes armadilhas da natureza — simultaneamente delicada e implacável. Para a aranha, a teia é lar, sustento, estratégia de sobrevivência. Para o inseto que nela cai, representa derrota, prisão e fim. Esta dicotomia tão crua e real traz-nos um espelho da vida: quantas vezes criamos, nós mesmos, a teia onde acabamos presos? A Teia como Metáfora da Vida Vista de fora, a teia é uma obra de arte. Vista por dentro, é uma armadilha emocional ou mental. Um ciclo vicioso, quase invisível, de onde se torna difícil escapar. São rotinas que nos consomem. Relações que nos estagnam. Promessas não cumpridas. Medos que repetimos como mantras. Escolhas adiadas que pesam. Silêncios que nos gritam. E nós, frágeis como insetos, deixamo-nos apanhar. Por vezes sem resistir. Por vezes sem sequer perceber. A Teia que Cura E, no entanto, a teia não é apenas dor. Poucos sabem, mas em tempos antigos, as teias de aranha eram usadas para tratar feridas. Aplicadas sobre cortes abertos, ajudavam na cicatrização pela sua composição antibacteriana e estrutura delicada. A mesma estrutura que prende… também cura. Esta revelação muda tudo. Faz-nos questionar: Será que o que nos prende hoje… não nos poderá, amanhã, salvar? Talvez seja mesmo assim. Talvez a dor, o medo, o cansaço — esses fios que parecem sufocar — contenham também um poder escondido: o poder da transformação. O Dualismo da Teia Confunde-nos, este dualismo. Armadilha ou cura? Castigo ou salvação? Prisão ou proteção? A natureza criou a teia com um propósito claro. Somos nós, humanos, que complicamos. Transformamos tudo em símbolo do que nos falta. Rejeitamos o que não compreendemos. Usamos a teia como desculpa para os nossos bloqueios, para os nossos medos. Prendemo-nos em pensamentos tóxicos, em culpas antigas, em histórias mal contadas. E quando damos por isso, já estamos no centro da teia, com os sonhos abortados, os projetos por cumprir e a alma rendida ao cansaço. A Beleza da Teia Apesar de tudo, a teia é bela. As fotografias captam-na ao amanhecer, bordada com gotas de orvalho, como se fosse joalharia natural. É uma arquitetura de precisão, de equilíbrio, de paciência. A beleza da teia é um convite à contemplação. Mas também à reflexão: O que é que ainda hoje me prende? O que é que, apesar de bonito, já não me serve? Estamos Sempre a Construir Teias Vivemos enredados. Gastamos energia a tentar libertar-nos de situações que, paradoxalmente, nós próprios ajudámos a criar. Esbracejamos contra rotinas, padrões, hábitos — tudo o que é familiar mas desconfortável. E esquecemo-nos de olhar com clareza. Esquecemo-nos de que podemos sair. Esquecemo-nos de que podemos… recomeçar. A Lição da Aranha A aranha não entra em pânico se a teia se desfizer. Ela volta a construí-la. Com calma. Com precisão. Sem drama. Ela sabe que cada fio tem um propósito. Sabe que destruir não é o fim — é só o início de um novo desenho. E talvez seja essa a maior lição que a natureza nos dá: Conseguiríamos nós fazer o mesmo? Teríamos coragem para desfazer as nossas próprias teias e recomeçar, com leveza e aceitação? Desligados dos Sinais Na pressa dos dias, deixámos de ouvir os sinais. O corpo grita, a alma sussurra, mas o ruído de fora é mais alto. Vivemos num cansaço crónico da consciência. Perdemos a capacidade de parar, de escutar, de observar. E a teia, que poderia ser ponte de cura, transforma-se num cárcere. Não pela sua natureza… mas pela forma como a habitamos. A Esperança Está nos Fios Há esperança. Sempre houve. A teia pode prender, mas também pode ensinar. Ela mostra-nos que tudo está ligado. Que cada escolha tem consequência, que cada gesto toca outro. Mostra-nos que a beleza está nos detalhes, que a disciplina pode ser arte, que a paciência pode ser força. Mostra-nos que, mesmo depois da destruição, podemos sempre recomeçar. A Vida é uma Teia A vida não é linear. É uma teia viva, orgânica, cheia de intersecções, desvios e reencontros. Podemos escolher onde queremos estar: no centro, criadores da nossa realidade, ou nas margens, vítimas da passividade. Conclusão: A Consciência de Caminhar Sobre o Fio A teia pode prender-te. Mas também pode curar-te. Pode sufocar-te. Mas também pode despertar-te. Tudo depende do teu olhar. Tudo depende da consciência com que caminhas sobre o fio. Que fios estás a tecer na tua vida hoje? Estás a construir… ou apenas a sobreviver? Talvez seja tempo de parar. De reavaliar. De, com a leveza da aranha e a sabedoria do tempo, recomeçar. |
by pedro de melo |
“ OFioDaNavalha” |
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crónicas distantes, sem tempo, sem nexo, para usares e abusares... copia, altera, faz tuas as minhas palavras... | |
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Hoje é o meu melhor dia de sempre |
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Ajuste de contas... |
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Não me roubem o mar... |
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Esperas e outras horas vazias... |
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by pedro de melo, aquele a quem, em 2020, roubaram o mar... |