Palavras soltas…
Há dias… muitos… em que as palavras não saem… esforças-te até ficar rouco, mas não dá mesmo.
Na garganta presente o esforço dos dias, de anos, seria razão para formular os textos mais gritantes de uma alma que se quer nua. Mas fica tudo pelo silêncio, calado por outras lutas mais exigentes ou prioritárias talvez… sem pio.
A força, reduzida ao tal esforço, fica por aí… porque as lutas não foram merecidas, e das poucas vitórias, em todas ficou sempre um amargo; impossível de apagar marca-te os dias sempre e por todo o lado.
As palavras soltas caiem por aí, aqui, em frases descabidas que só uma mente muito sã consegue decifrar… entre o sufoco dos dias e a esperança fruto do acreditar… restam momentos esquivos como este, em que a escrita abre os olhos cansados… no papel de um écran…
E, as palavras perdem-se por aí, nestes dias de expetativa, de espera que vão sendo longos demais… até o cansaço dar origem à desistência e aí, será tarde demais…
No, entretanto, perdem-se horas, dias e anos numa luta inglória e porque as metas são longas e difíceis… perde-se o tempo na luta também… esboça-se a força de acreditar perde-se o ânimo que moveu montanhas… porque a confirmação dos momentos é deveras evidente…
No silêncio marcado pela apatia calada, encolhem-se os ombros à violência que passa, aos problemas que caiem por todo o lado… uns mais duros que outros… nem as referências puxam mais… deixaram de o ser…
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