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À mesa em Roma…
O banquete romano era um verdadeiro exemplo da arte de bem receber. Os convidados chegavam no meio da tarde para o ritual da lavagem dos pés, sendo recepcionados por uma multidão de escravos e servos dedicados a tornar sua estadia o mais confortável possível. Os anfitriões davam as boas-vindas pessoalmente aos convivas. As convidadas chegavam mais cedo para apreciar o belíssimo cenário do salão e do jardim, preparados com requinte pela dona da casa. Sobre a mesa, dispunham-se pratos de cerâmica da Gália, vidros do Egito e colheres especiais para degustar frutos do mar. No centro, uma grande travessa de prata lavrada repleta de frutas complementava a composição luxuosa. O anfitrião ocupava o lugar de honra, com seus principais convidados à direita. Para iniciar o banquete, eram servidas as melhores iguarias da época: aipo, alface, azeitonas, ovos, rábanos, ouriços-do-mar, chalotas, enchidos condimentados e mostarda misturada com amêndoas e pinhões. Com o apetite estimulado, chegava o momento dos pratos principais. A seleção podia incluir arganazes assados, cubos de carne estufada com funcho e cebolas, fígados de coelho e cabrito marinado com mel. Além disso, gamo recheado com tâmaras e ameixas e javali preparado em água do mar eram muito apreciados. O livro de cozinha de Apicius é considerado o ex-libris do legado gastronômico do Império Romano. Nele, encontram-se as receitas mais exóticas de uma culinária rica e criativa, caracterizada pelo uso de sofisticados molhos frios e quentes que aprimoravam os mais requintados pratos. Durante o jantar, o vinho era consumido predominantemente pelos homens. Para torná-lo mais palatável, adicionavam-se água e mel. Segundo Apicius, o vinho já era bastante doce na época e sua presença na cozinha romana era constante, especialmente nas refeições das famílias mais abastadas. A produção vinícola estava bem desenvolvida em todo o Império. Após a fruta, que servia como sobremesa, o anfitrião exclamava "Quatro!", e os convidados masculinos tentavam beber quatro taças de vinho de um só gole. Frequentemente, isso os levava ao "Vomitorium", onde escravos os auxiliavam no mais grosseiro ato da noite. Assim, renovados, retornavam à mesa para continuar a degustação dos refinados pratos da casa.
by LeChef/MyFoodStreet2021
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