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A CHINA DOS ANOS 80 DO SEC. XX
A China dos anos 80 é um país sem caminhos certos, mas com metas determinadas. O curso político e as mentiras dos discursos oficiais levam a manifestações, fruto da fadiga da população, que provocaram a confusão e desordem. É o início do fim das ilusões…
O governo central percebe a magnitude destas mudanças económicas e sociais desde o advento do regime comunista, mas a única solução é calar através da força os gritos dos inconformados. Não é conhecido o número de mortos naquela ação de força na praça central; calada por todos, incluindo pelos governos ocidentais mais preocupados com boas relações comerciais com o gigante do que com a ordem democrática.
Os sucessores de Mao Tse Tung têm um difícil legado... falta-lhes o carisma do "Grande Timoneiro". Apesar do fracasso de muitos projetos, como a reforma do proletariado e de uma política de produção agrícola em regime de planeamento falhados e de todo o sofrimento humano que impôs aos seus compatriotas, Mao Tse Tung uniu o país.
Isto complica tanto o abandono da "desmaoização" como a procura de uma via intermédia... um caminho que finalmente possibilite o desenvolvimento necessário para tirar a China do seu estado de subdesenvolvimento. Ainda mais difícil a tarefa, uma vez que o tempo dos slogans de toda a importância está finalmente terminado. Os chineses já não se contentarem com promessas.
Durante anos, aos olhos de muitos observadores, a China encarnou a ação revolucionária por excelência. "A China é o país "' - disse um viajante em 1973 - "que se comprometeu com a mais radical aventura revolucionária alguma vez ousada por uma sociedade humana''. "A revolução chinesa é a mais extraordinária experiência do nosso tempo".
No início da década de 1970, a China tinha para o Ocidente a mesma atração que a União Soviética tinha 20 anos antes. O "modelo comunista chinês" tornou-se moda. Os preconceitos e a ignorância dos séculos passados foram substituídos pela fé cega, que, no entanto, impediu os intelectuais ocidentais de relativizarem o seu julgamento e de refrearem o seu entusiasmo.
O conhecimento desta realidade terá sido também a alavanca que propulsionou a China com o seu modelo de organização política para uma aceitação cada vez maior por parte de algumas camadas ocidentais.
As revelações sobre a Revolução Cultural e os testemunhos fornecidos pelos próprios chineses acabaram por abrir os olhos do Ocidente. Surgiu uma face até então desconhecida da China que ajudou os viajantes a compreender melhor este país.
Não esqueçamos que o furacão da loucura que varreu o país em 1966-1969 marcou profundamente o povo chinês. O cidadão comum tem dificuldade em recordar os horrores dos "anos negros" que levaram a China à beira da guerra civil deixando o país à mercê da anarquia. Nunca ninguém ouviu falar das centenas de milhares de detenções, as mortes, as humilhações, o fanatismo dos jovens “Guardas Vermelhos”.
Os anos 80 são de esperança também, toda uma nação anseia pela paz, pela realização das promessas feitas dos líderes ao seu povo, para uma melhoria das condições materiais. O país inteiro quer participar numa sociedade de consumo modesta, mas real. Quer menos discursos, menos política, menos administração, mas mais liberdade. Parece que os chineses estão conscientes do alcance deste "desejo de felicidade".
A revisão constitucional que entrou na fase de discussão em 1982 vai dar mais enfase à economia em detrimento da ideologia. Outros valores se impõem, outra China está a despertar. A geração dos primeiros comunistas já não está viva. Mao Tse Tung e Zhou Enlai estão mortos. Os heróis da Longa Marcha pertencem à história.
Agora é o tempo dos seus sucessores. O tempo do pragmatismo, da moderação e do confronto com as exigências do mundo moderno, acima da realidade dos números. A China parece ter esquecido os fóruns revolucionários da Bosch; tornou-se mais presunçosa, mais preocupado com a modernização e o desenvolvimento. A China da década de 1980 está mais sábia e preparada para recuperar o papel que nunca teve reconhecido, mas que merecia por direito próprio, milhares de anos antes…
Para onde se dirige a China?
Delegações chinesas enviadas sem saber por quem e para quê, são vistas por essa Europa fora a fotografar até ao mínimo detalhe tudo o que seja possível copiar…
carlos lopes, editor
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