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A crise, a banca e os emigrantes

Uma das dimensões mais sombrias da malfadada crise que atingiu Portugal em 2011, e que obrigou o país a pedir em maio desse ano, um resgate financeiro da ordem de 78 mil milhões de euros, concedido pela União Europeia, Fundo Monetário Internacional e Banco Central Europeu, vulga Troika, foi a falência estrondosa dos antigos bancos BES e Banif.

Mergulhados num período de cortes salariais, desemprego, diminuição de poder de compra e direitos, acréscimo de impostos e aumento exponencial da emigração para valores semelhantes aos dos anos 60, aos portugueses, uns mais do que outros, tanto que somos agora confrontados que entre 2011 e 2014 saíram do país cerca de 10 mil milhões de euros para offshores sem a devida fiscalização da Autoridade Tributária (!), foram impostos sacrifícios que nos levaram a apertar o cinto e a arrepiar caminho.

O processo de falência do BES e do BANIF, reveladora da fragilidade do sistema financeiro português, já manifesta no descalabro do BPN e BPP, foram um dos vários episódios inconcebíveis desses tempos recentes que ainda oneram e continuarão a onerar o erário público.

A indignidade de vários banqueiros, a ineficiência dos reguladores, as irreais promessas de bonança de políticos, e a impunidade da corrupção e paralisia dos processos judiciais, atingiu com particulares requintes de malvadez milhares de emigrantes.

Convencidos a aplicarem as suas poupanças, na maioria dos casos, de uma vida de trabalho e sacrifício, em depósitos que afinal eram aplicações financeiras, malgrado as soluções já encontradas para muitos casos, subsistem manifestações de lesados e são inúmeros os episódios de vidas totalmente destruídas.

Perante as ausências de princípios éticos, e os exemplos de desamparo a que estão deixados vários compatriotas residentes no estrangeiro, será que responsáveis económicos e políticos nacionais terão moralidade para pedir aos emigrantes que continuem a investir em Portugal? Uma coisa é certa, para o bem do país é primordial que os nossos emigrantes permaneçam dispostos a abraçar o desígnio de ajudar no desenvolvimento de Portugal. 
Daniel Bastos


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