PROCURA NO INFO SHOP PORTUGAL

 

O DOCE NEGOCIO DO VICIO...
A GLUCOSE E FRUTOSE

Introdução à Glicose e Frutose

A glicose e a frutose são dois tipos de açúcares simples, também chamados monossacarídeos, que desempenham papéis fundamentais na nutrição humana e no metabolismo. Embora ambos tenham a mesma fórmula química (C₆H₁₂O₆), diferem na estrutura e no modo como o corpo os processa.

A glicose é a principal fonte de energia para as células do corpo. É rapidamente absorvida no intestino e transportada pelo sangue, sendo essencial para o funcionamento do cérebro, músculos e outros órgãos. Sempre que consumimos alimentos ricos em carboidratos — como pão, arroz ou frutas — o corpo converte essas substâncias em glicose. Em resposta, o pâncreas libera insulina, uma hormona que ajuda as células a absorver essa glicose e usá-la como combustível ou armazená-la como glicogênio no fígado e músculos.

Já a frutose, conhecida como “açúcar das frutas”, está naturalmente presente em frutas, mel e alguns vegetais. Apesar de ter um sabor mais doce do que a glicose, ela é metabolizada de forma diferente: é absorvida pelo intestino, mas processada quase exclusivamente no fígado. Em pequenas quantidades, isso não representa problema. No entanto, o consumo excessivo de frutose — especialmente na forma de adoçantes industriais, como o xarope de milho rico em frutose — tem sido associado a problemas metabólicos, como obesidade, resistência à insulina e doenças hepáticas.

Em conjunto, glicose e frutose formam a sacarose (o açúcar de mesa), que é um dissacarídeo. Entender as diferenças é essencial numa era em que o consumo excessivo de açúcares está diretamente ligado a problemas de saúde pública. Por isso, a distinção entre esses dois açúcares simples é um ponto de partida importante para compreender a relação entre dieta, metabolismo e bem-estar.


A Revolução da Glicose na Indústria Alimentar

Em 1984, a Pepsi introduziu um novo concorrente ao mercado, ao misturar na sua cola um xarope adoçante feito à base de bioquímica.

A glicose, que pode ser obtida por processo químico a partir de qualquer produto rico em amido, veio substituir os outros dois concorrentes de açúcar em muitos compostos alimentares e bebidas refrigerantes.

Até essa altura, os gigantes do refrigerante compravam anualmente mais de 650.000 toneladas de açúcar para adicionar às suas bebidas refrigerantes. O processo que levou meio século para a beterraba sacarina conquistar o mercado alterou-se drástica e rapidamente com o aparecimento da glucose e sua produção excessiva.

Os preços caíram e, com eles, os países que viviam das suas exportações de açúcar de cana. Entre 1981 e 1985, as exportações de açúcar das Caraíbas para os Estados Unidos encolheram para um terço do seu volume original.

Um estudo holandês estima que essa convulsão na indústria açucareira custou a subsistência de 8 a 10 milhões de pessoas nos países produtores de açúcar na região tropical. Para o Brasil, o colapso da cana-de-açúcar foi também um impulso para lançar seu monstruoso programa de bioálcool.

A produção atual de mais de 20 milhões de toneladas cobre muitas das necessidades da indústria alimentar, mas também na medicina.

A edulcoração tornou-se mais barata, e a base da matéria-prima foi subitamente alargada a espécies vegetais cujo cultivo já não estava ligado a locais climáticos especiais e pode ocorrer onde o açúcar é consumido. Milho, trigo e, em alguns países, mandioca e batata-doce tornaram-se agora fontes alternativas para satisfazer o desejo por doces.

O processo não produz cristais brancos, de fluxo livre, mas gera uma grande variedade de xaropes líquidos, com diferentes propriedades físicas, químicas e sensoriais, dependendo das condições de produção.

Como substitutos de açúcar ideais e adaptáveis, esses xaropes estão a tornar-se cada vez mais populares na indústria alimentar. São utilizados, por exemplo, em confeitaria e padaria, conservas, néctar de frutas, compotas e gelados, mas especialmente em bebidas refrigerantes.


by LeChef, myfoodstreet.ch

 

 
Ler mais sobre A BETERRABA

Ler mais sobre A GLUCOSE

Ler mais sobre A SACARINA
 

 

CULINARIUM XXI

MyFoodStreet, sobre Saberes dos Sabores e mais...
Adão, Eva e a maçã
Arca de Noé, uma tábua de salvação
Arte de Cozinha, Primeiro tratado gastronómico português
Arte de Cozinha, Contexto histórico da edição
Arte de Cozinha, Vocabulário usado
Arte de Cozinha, Receitas da Corte
Arte de Cozinha, Impacto na Gastronomia de hoje
Arte de Cozinha, e a doçaria conventual
Arte de Cozinha, das origens até aos nossos dias
Azeite uma dádiva dos deuses
Bebidas e alimentos, os inseparáveis
Bebidas refrigerantes
Café, uma viagem longínqua
Cerveja... uma história de papas
Código “E”, o pão nosso de cada dia
CULINÁRIA no Antigo Testamento, celebrações biblícas
Descobertas maritímas e a sua importância na nossa gastronomia
Descobertas maritímas intercâmbio de culinária
Doce negócio do vício
Domínio da água
Eça de Queirós e os banquetes
Os Maias, a mesa de Eça
Escoffier, o arquitecto da cozinha moderna
Espargos... uma história secular
Falsificadores e intrujões
Fast Food... e Ketchup
Fernando Pessoa, à mesa com o poeta
Ferran Adrià, o alquimista da cozinha moderna
Gastronomia, séculos de descoberta
Grande ilusão do jardim natureza
Ler com Sabor
Literatura vs. Gastronomia
Livros de cozinha na história
Margarina... Manteiga dos pobres
Mesa Romana... entre manjares e o vomitorium
Molho Inglês, no segredo dos deuses
Nutrição, Género e Cultura
Pão, o Azeite e o Vinho
Paul Bocuse, a cozinha de mercado
Paul Bocuse, o legado
Pepsi, diretamente da farmácia
Revolução à mesa
Sementes ao poder... ou o poder das sementes
Sementes patenteadas... sobre o domínio da natureza
Sementes controladas... a fatura
Sementes... e a resistência em nome da natureza
Sementes... e a evolução no futuro
Silêncio á mesa
Slow Food, o retorno à cozinha lenta
Slow Food Portugal,  a genuinidade nas marcas
Sumol, a bebida que também é saudade
Verdade dos livros
Vinho... uma parte da história
Vinho do Porto, marca nacional
Vinho Verde, regional
CULINARIUM XXI
INDEX CULINARIUM XXI, Divulgação Global
3. O APARELHO DIGESTIVO        
4. A TEORIA DOS PRODUTOS        
13. AS ENTRADAS, ACEPIPES         
24. A COZINHA FRIA         
25. SOBRE SOBREMESAS          

CULINARIUM XXI

CULINARIUM XXI

APOIA

CULINARIUM XXI

 

Pub

 

Pub

Pub

saberes&sabores

Pub

Pub