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O DOCE NEGOCIO DO VICIO...
A BETERRABA ENTRA EM CENA…

A introdução da beterraba sacarina na produção de açúcar foi um marco importante na história econômica e agrícola, especialmente na Europa. Até o século XVIII, quase todo o açúcar consumido vinha da cana-de-açúcar, cultivada em regiões tropicais, muitas vezes sob sistemas de escravidão e colonização. No entanto, mudanças políticas e científicas abriram caminho para uma nova fonte: a beterraba sacarina.

Foi o químico alemão Andreas Marggraf quem, em 1747, descobriu que a beterraba branca (Beta vulgaris) continha sacarose — o mesmo tipo de açúcar presente na cana-de-açúcar. Seu discípulo, Franz Karl Achard, aperfeiçoou os métodos de extração e, no início do século XIX, fundou a primeira fábrica de açúcar de beterraba na Prússia.

A produção começou a ganhar importância principalmente por razões estratégicas. Durante as Guerras Napoleônicas, especialmente com o bloqueio continental imposto por Napoleão Bonaparte, que impedia a entrada de produtos britânicos na Europa, o acesso europeu ao açúcar de cana foi severamente limitado. Como resposta, Napoleão incentivou fortemente a produção de açúcar de beterraba na França, promovendo plantações em larga escala e o desenvolvimento de fábricas.

Com o tempo, a indústria da beterraba açucareira expandiu-se para outros países europeus, como Alemanha, Rússia e Áustria. A vantagem era clara: era possível produzir açúcar localmente, sem depender de colônias tropicais distantes. Além disso, a mecanização da agricultura e o avanço tecnológico tornaram o processo mais eficiente e competitivo.

A partir do século XIX, o açúcar de beterraba passou a representar uma parte significativa da produção mundial de açúcar. Hoje, ele responde por cerca de 20% a 30% da produção global, sendo amplamente utilizado, especialmente em países de clima temperado.

Assim, a introdução da beterraba no circuito açucareiro revolucionou o mercado, reduziu a dependência colonial e marcou uma nova etapa na história da alimentação e da indústria alimentar.

Impactos ambientais e sociais da produção de açúcar de beterraba!

A integração do açúcar em múltiplas fases da cadeia de produção alimentar, com o consequente aumento do consumo, obrigou a indústria a buscar alternativas doces para substituir a cana-de-açúcar.

A descoberta das qualidades adoçantes da beterraba sacarina, quimicamente idênticas à cana-de-açúcar, levou à criação de fábricas especializadas, sendo a primeira na Prússia. Esse avanço também marcou o início da produção agroindustrial, onde a produção agrícola passou a sustentar a máquina industrial — trazendo consigo impactos negativos que ainda hoje são evidentes.

A rápida expansão da produção de beterraba gerou problemas ambientais significativos, como a diminuição da fertilidade do solo, epidemias de pragas nas monoculturas e poluição dos rios próximos às refinarias de açúcar. Durante a campanha anual, os resíduos eram despejados em florestas e cursos d’água, causando proliferação de fungos e impedindo qualquer uso alternativo da água.

O boom inicial da beterraba sacarina, politicamente apoiado na Europa continental, teve consequências dramáticas para a natureza e também para as Caraíbas, com a consequente diminuição das compras europeias e mundiais. Esse declínio marcou o princípio do fim do mercado açucareiro caribenho, que por séculos havia sido dominante no comércio global de açúcar.

by LeChef, myfoodstreet.ch

 

 
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