O VINHO... uma parte da história
Gregos e Dionísios

Entre 1000 e 600 a.C., os gregos aventuraram-se pelo mar Mediterrâneo, levando consigo as suas videiras nativas. Para seu espanto, encontraram frequentemente regiões favoráveis à viticultura, como na atual Provence, França, e na Itália, onde puderam plantar os seus vinhedos.

Este processo de expansão da viticultura grega levou-a a outras regiões, especialmente à Itália, onde os gregos adaptaram e desenvolveram as suas técnicas e introduziram muitas variedades de castas. A importância do vinho na região era tão grande que a Itália era chamada “Oinotria” pelos gregos e, posteriormente, “Enotria” pelos romanos, significando "terra do vinho". Algumas castas famosas ainda hoje ostentam os nomes antigos e continuam a crescer nas mesmas localidades, como a variedade Greco di Tufo, do sul da Itália.

Para armazenamento e transporte, os gregos utilizavam as ânforas, recipientes feitos de barro, faiança ou bronze, caracterizados por terem duas pegas, uma barriga arredondada e uma base pontiaguda. Estas características permitiam o acondicionamento das ânforas nos barcos, deitadas. Para selá-las, eram revestidas com areia e óleo de resina de pinheiro, dando origem à famosa Resina grega.

Na Grécia Antiga, o vinho era consumido em grandes quantidades, mas não apenas em termos de volume—também a sua qualidade era altamente valorizada. Fontes históricas indicam que, já naquela época, discutia-se fervorosamente a localização ideal para cultivo e vindima, bem como a interação entre o clima, as castas e as condições do solo.

Para os gregos, o vinho não representava apenas um prazer quotidiano, mas estava profundamente enraizado na cultura e religião. Além disso, desempenhava um papel essencial na medicina antiga. Hipócrates, considerado o pai da medicina, recomendava o vinho como analgésico e atribuía-lhe propriedades desinfetantes e febrífugas.

Contudo, na época, os perigos do consumo excessivo de vinho eram reconhecidos. O filósofo Platão advertia: "Meninos com menos de dezoito anos de idade não devem beber vinho, pois o fogo não deve ser combinado com o fogo".



VINHO E MEDICINA

O vinho desempenhava um papel fundamental na medicina e era utilizado de diversas formas para tratar doenças e aliviar sintomas. Os gregos acreditavam que o vinho possuía propriedades curativas e desinfetantes, sendo frequentemente prescrito por médicos como um remédio natural. 
Algumas das principais aplicações do vinho na medicina grega:
  • Analgésico: Hipócrates, considerado o pai da medicina, recomendava o vinho como um analgésico para aliviar dores e desconfortos. Era frequentemente administrado a pacientes com feridas ou doenças inflamatórias.
  • Desinfetante: Devido às suas propriedades antissépticas, o vinho era utilizado para limpar feridas e prevenir infecções. Os gregos reconheciam o seu potencial para matar bactérias e melhorar a cicatrização.
  • Tratamento de febres: Hipócrates acreditava que o vinho ajudava a reduzir febres e acalmar o corpo. Era misturado com água e ervas medicinais para potenciar os seus efeitos terapêuticos.
  • Estimulante da digestão: O vinho era frequentemente consumido em pequenas quantidades para melhorar a digestão e aliviar problemas gastrointestinais, como indigestão e cólicas.
  • Sedativo e tranquilizante: Em algumas situações, o vinho era usado para relaxar os pacientes, especialmente aqueles que sofriam de ansiedade ou insônia. Misturado com ervas como hortelã ou mel, ajudava a acalmar a mente.
  • Utilização em práticas religiosas e espirituais: Além das aplicações médicas, o vinho era visto como uma substância sagrada, associada aos rituais de cura nos templos dedicados a Asclépio, o deus da medicina.
Acredita-se que muitos dos ensinamentos da medicina grega sobre o vinho influenciaram práticas médicas posteriores, incluindo a medicina romana e medieval.
by LeChef, myfoodstreet.ch


 
 
 
 
 

 

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